A vida sexual dos educadores #2: educar os filhos

Pais e mães que tomam para si a missão de educar os filhos – e nem todos tomam – sabem o quão difícil é cumpri-la. Difícil porque não se trata de conduzir os filhos até a autonomia por uma estrada pavimentada com certezas absolutas sob um clima sempre agradável.

Educar os filhos é trilhar caminhos na mata fechada

Educar os filhos significa estar à frente abrindo trilhas na mata fechada, escura, onde o caminho se revela no caminhar. É com esse intuito que pais e mães transmitem à cria os seus valores, conceitos e comportamentos. Ensinam sem a plena consciência do que realmente ensinam, ainda que imersos nas mais honrosas intenções.

Muitos mantêm a ilusão de que transmitem apenas bons ensinamentos. Essa seria uma verdade, se os pequenos não absorvessem tudo o que vem dos adultos. Medos, equívocos, traumas, limitações e sombras fluem para eles pelo mesmo canal em que percorre a luz. Por essa razão, o cuidado com crianças e adolescentes tende a ser inócuo, se pais e mães, enquanto desbravam a mata, não olham também para os aspectos em que eles próprios permanecem infantilizados, acuados, mimados. Uma situação comum quando o assunto é sexualidade.

É imprescindível ensinar a vivenciar o sexo com alegria e maturidade

Convenhamos, educar os filhos para torná-los bons profissionais não é tão complicado. Fazê-los pessoas que sabem vivenciar o sexo com alegria, maturidade, liberdade e equilíbrio é um desafio infinitamente maior porque, afinal, muitos adultos ainda não aprenderam a vivenciá-lo dessa maneira.

Mas, nem por isso deixam de exercer o papel de educadores sexuais na vida cotidiana e, como em qualquer ação educacional, lançam mão de conteúdo e metodologia.

A educação sexual x genêro

A educação sexual praticada pelas pessoas que seguem acorrentadas à normose se resume a apenas duas lições. Às meninas se ensina a não abrir as pernas ou, no máximo, arreganhá-las com algum pudor, quando surgir um falo encantado. Aos meninos, o dever de saber abrir as pernas femininas sempre que houver oportunidade, não importa se no jeito, na força ou no dinheiro. O método de ensino tem como base a omissão.

A bomba estoura na escola. Os professores então, sem a possibilidade de desviar o olhar, têm que lidar com a explosão de hormônios e descobertas. Os pais, no fundo, sentem-se aliviados. Esquecem-se que os professores não têm e nem precisariam ter a obrigação de orientar crianças e adolescentes quanto à vivência da sexualidade. Muitos pais fazem uma terceirização de responsabilidade absolutamente indevida que complementa a atitude omissa.

No fim das contas, quem realmente educa? Quem educará? O futuro, pessimista eu sei, tende a ser a repetição do presente.

#futurodosexo  #somostodosresponsáveis

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Imagem: pixabay.com

 

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