De pais para filhos: valores na vida e para o sexo

A preocupação de tratar do assunto sexo na minha família sempre foi muito presente. Eu tive uma educação muito liberal, meus pais sempre foram muito abertos, sempre se falava de sexo em rodas de família…

Talvez isso se explicaria pelo fato de que faço parte de uma família dominantemente masculina, e a competitividade egóica entre eles era a diversão da família.

Mas, mesmo tendo todas as informações, ouvindo o lado masculino de tudo e pouco do feminino, já que minha mãe engravidou na primeira relação (esse também sempre foi um assunto corriqueiro na família) e foi me apresentado mais pelo lado do medo do que da consciência, me deram sempre a certeza de que sabia tudo sobre o tema.

Afinal, adolescente sempre acha que sabe tudo! Não vou dizer que era desinformada porque não era, mas nunca me disseram o que realmente eu deveria saber! Hoje, sou mãe de dois adolescentes, um de 15 e outro de 18 anos e vejo o quanto ainda preciso evoluir para falar claramente com eles sobre isso.

Como iniciar as conversas sobre sexo sem barreiras

Primeiro que a barreira “mãe” e filho é bem grande. Filhos nunca acham que pais fazem sexo, e o paradigma começa aí. Porque se eles não fazem, como podem entender do assunto!? Simples assim!

Por eu ter uma formação contestadora, jornalista de formação e cutucadora como dizem meus amigos mais próximos, não poderia deixar de fazer isso na minha própria casa. E um dia vendo uma matéria sobre o tema na TV, indagaram o porquê de não valorizarmos os nossos Valores no sexo e principalmente, porque não ensinamos isso aos nossos filhos?

Afinal, se existem valores no trabalho, pessoais e profissionais porque não no sexo? Já que é uma parte tão importante da nossa vida como qualquer outro citado acima, certo?  Afinal, quanto tempo não gastamos pensando em sexo no dia? Será que isso não valeria uma com x futuro parceiro  ou pretendente? Do tipo, o que tem valor para você quando se relaciona com o outro?  Você quer só dar ou receber prazer?

Imagine o quanto as pessoas iriam pensar nisso para responder e o quanto isso mudaria muitas relações frias ou mornas por aí! Porque não tratamos o “combinado” antes de nos relacionarmos? Combinamos tantas coisas antes, gosto pelo cinema, gosto pelas comidas, viagens mas esquecemos do primordial, que é falarmos do que gostamos no sexo – ou idealizamos!

Lindando com a educação para o sexo

É claro que trazendo para o mundo dos adolescentes, é difícil eles entenderem isso, porque a gente só reconhece o que conhece…E no início, eles não sabem o que é, a não ser o que veem em filmes, na TV, novelas e o que os amigos contam.

Mas aí que está a distorção: filmes pornôs não falam de amor, não falam de valores, são rituais mecânicos onde as mulheres, na maioria das vezes, não priorizam seu prazer e só querem dar ao homem – e isso está muito errado!

E é isso o andam vendo na internet, na TV e nos smartphones pelos banheiros e dentro de nossas casas.

Não vou dizer que é fácil falar disso para eles, porque não é. A resistência é grande, mas temos a obrigação de dizer… criar a consciência é dar opções. É torna-los adultos mais atentos, mais amorosos, menos abusivos e mais conscientes de tudo que está ao seu redor.

Sugiro prestar atenção em que fase seu filho está, as vezes, falar disso muito cedo também pode atrapalhar. Mas pais atentos costumam saber o que está se passando pela cabeça de seus filhos. É a famosa intuição e ela, nessas horas, é muito eficaz.

Quanto ao futuro do sexo, independente da época, inserir o assunto de valores será sempre um bom começo. Mas antes de perguntar aos seus filhos sobre isso, você já perguntou para seu parceiro? Experimente e viva o futuro do sexo consciente!

De pais para filhos: valores na vida e para o sexo

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Sobre o Autor
- Empresária, Jornalista e Consultora em Comunicação para PMEs