Educação sexual: qual a sua influência no futuro dos filhos?

Observa-se que ainda no século XXI existem muitas mulheres que, em algum momento da vida, tiveram ou terão disfunções sexuais causadas por fatores emocionais derivados de uma sociedade patriarcal, machista, caracterizada pela ausência de informações sobre a sexualidade, pela restrição de liberdades individuais e por preconceitos diversos que resultam em situações traumáticas. Somente com ações de educação sexual pode-se promover a conscientização sobre essa situação. Assim, auxiliando as gerações atuais e futuras a lidarem de forma mais natural com o problema.

Educação Sexual é muito mais do que ensinar os aspectos fisiológicos

Como bem assegura Vasconcellos (2001), a Educação Sexual é muito mais do que ensinar os aspectos fisiológicos, mas sim abrir as possibilidades sobre informações dos aspectos culturais, sociais, religiosos, permitindo uma consciência. A  educação é um processo contínuo na vida pessoal e a sexualidade é a energia que busca pelo amor.

Quando se for capaz de entender a sexualidade por meio do amor e não da pornografia e obscenidade, o indivíduo entenderá o verdadeiro sentido da educação sexual.

Para Bernardi (2013) a Educação Sexual facilita criar consciência e liberta o homem da repressão sexual, da sexualidade frustrada, da angústia gerada pela educação religiosa que castiga e pune aqueles que sentem prazer e desejo.

A educação sexual deve resgatar o respeito pelas escolhas sexuais, quebrar preconceitos de gênero, mostrar a importância do contato físico, do afeto, visto que hoje existe uma grande transferência da energia vital que é a sexualidade para objetos sem vida, “a tecnologia tornou-se uma espécie de competidora da sexualidade” (BERNARDI, 2013, p.19).

Pode-se dizer então que, sabidamente ou não, a educação sexual acontece diariamente em nossas casas, por meio da TV, das músicas, da internet, com os amigos ou mesmo no silêncio dos pais e educadores.

O corpo de cada ser é a sua essência, que é aprisionada pelas couraças instauradas através do medo, da repressão, da raiva, insegurança. Estudando a teoria do inconsciente, na investigação dos traumas, descobriu-se que o início das neuroses está ainda na fase infantil da vida devido à repressão sexual sofrida quando criança (FREUD, 1939). Assim reveste-se de particular importância a educação sexual no âmbito escolar o mais urgente possível.

Nesse contexto, fica claro como a educação sexual interfere, positivamente ou negativamente na formação da sexualidade do indivíduo. É importante afirmar mais uma vez como esses traumas, instaurados na fase infantil e na adolescência, somatizam os corpos causando vários problemas de ordem emocional e física.

Fatores religiosos, culturais, repressão sexual, rigidez dos pais, moralidade sexual são assuntos que precisam ser reconsiderados para uma sexualidade saudável. Baseada nos fatos acima, me parece que estamos indo na contra-mão de uma evolução no que tange ao entendimento mais pleno de nossa sexualidade, ou seja, deseducando em vez de educar.

Como esperar uma educação dos pais se eles mesmos a desconhecem?

Por outro lado, como se pode esperar uma devida educação dos pais se eles mesmos não a conhecem (e muitos nem se dão conta disso) a sua própria sexualidade?

Por exemplo, como esperar uma atitude positiva de um pai machista? Como pode os pais oferecer uma educação sexual consciente se eles mesmos possuem seus traumas, suas dúvidas, seus medos e inseguranças? Como esperar de uma mãe uma educação sexual de qualidade e amorosa se ela mesma foi abusada sexualmente e carrega até hoje suas dores?

Por toda essa “deseducação” é que mulheres, enquanto crianças e adolescentes tiveram uma educação sexual baseada na opressão, no medo e no patriarcado.

  • Como podemos mudar esse cenário pensando hoje em nossos filhos?
  • Qual sua atitude com relação a esse assunto?
  • Será que você está reproduzindo a “deseducação” recebida ou você, pai, está atento, alerta e aberto para por meio da educação buscar a consciência crítica amorosa, do conhecimento das emoções, sensações, desejos, para que os seus filhos sejam livres e construam uma relação de gozo, beleza e harmonia com seu corpo e sua essência?

Por um futuro do sexo, do amor, das relações com menos dores e mais amores, menos pré-conceitos e mais entendimentos profundos, de nossas raízes, de nossa história… precisamos falar disso. 

#FuturodoSexo #SomosTodosResponsáveis

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Imagem: VisualHunt.com

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