Pensando sobre a influência cultural do nosso tempo e contabilizando várias revoluções sexuais (pílulas, divórcio, direitos estabelecidos), homens e mulheres mudaram suas “formas” de se relacionar e, por consequência, os atrativos do sexo mudaram também.
Em especial, o século XX foi o preambulo para reafirmação da mulher tanto nos jogos-posições de poder (negócios, política, família), como também na postura ativa de requerente sexual (sentir e querer prazer).
Tanto na educação sexual (mais sexólogas) quanto na economia do sexo (mais sexo sem afeto decidido pela mulher), elas estão se afirmando como líderes. É importante frisar que para isso não foram necessários grandes conflitos nem força bruta mesmo em nossa história ainda orientada pelo e para o patriarcado (em decadência para o desgosto de alguns marmanjos).
Atendendo em consultório homens e mulheres, solteiros e casais, reconheço que, no quesito sexo, o século XXI é visivelmente o século das impotências masculinas e das frustrações femininas justamente pelo conflito ideológico criado pelo homem ao se defrontar com uma mulher que não lhe será mais submissa (nem mesmo na cama).
Diante da atitude da mulher o homem se encolhe e se recolhe, sintoma este detectado em seus transtornos-disfunções sexuais principais (ejaculação rápida, paumolecência, impotência). Mal sabe ele que este é o futuro que se anuncia e poderá favorecê-lo como nunca na história.
Novo tempo, novos interesses, novos prazeres
As mulheres no passado buscaram acolhimento e segurança para constituírem suas parcerias. Atualmente podemos observar um interesse maior delas pela estabilidade profissional, ascensão educacional (maioria nas universidades) e postergação, quando não exclusão, da ideia filhos-família-prole.
Além disso, as mulheres podem e conseguem enxergar a possibilidade de relacionamentos mais maduros, prazerosos e dinâmicos quando com pessoas (homens ou mulheres) que reconhecem este movimento de resgate a aspectos matriarcais (relações mais colaborativas).
Somado a isto, existem também atributos bem peculiares delas que, neste momento, apontam para uma reconfiguração do sexo em todo o seu percurso responsivo: desejo, excitação, orgasmo e resolução (não irão obedecer a ordens pré-definidas).
Atributos sexuais delas
O desejo sexual da mulher finalmente, e mais do que nunca, está aflorado e explicitado nas intenções e ações delas, gerando assim, temor nos homens (querer ir a caça, querer usar o homem, ou não precisar dele para promover seu próprio prazer).
Desde Master e Johnson (pioneiros das pesquisas sexuais), entendemos que homens e mulheres excitam-se por razões-estímulos diferentes que não respeitam uma mesma ordem sensorial. Ao despertarem para novos desejos e direitos, incluindo os sexuais, as mulheres passam a manifestar suas vontades de forma escancarada e despudorada, colocando em cheque também a visão pejorativa de “sexo frágil”.
Os homens, desprovidos da antiga força bruta bestial dominadora e da potência fictícia sexual (pinguelocentrismo com os dias contados), apelam para suas últimas estratégias irrisórias sexuais e risíveis do ponto de vista da sedução e performance (tentando agradar, querendo satisfazer, perdendo a manha e a artimanha).
Por estas razões, faz todo sentido que ao homem resta reconhecer (que não manda nada), se convalescer (nos outros quesitos que não apenas sexuais) e ceder (deixar que ela conduza o sexo para o prazer de ambos).
Condutoras do sexo
Elas compartilham suas paixões, contribuem com seus grupos e são lideranças com espírito empreendedor. Ao assumirem uma postura ativa no sexo, continuam dando prazer aos homens, mas, mais do que isso, elas resgatam a própria autoestima sexual de ambos, identificando o universo de possibilidades prazerosas das relações afetivas e em particular do sexo.
Ao contrário da cultura do machismo, ainda manifestada por muitos homens que não previam o prazer de suas parceiras e por muitas mulheres subjugadas a estes, agora é a vez de elas ditarem as regras da conduta sexual humana valorizando os desejos individuais, vontades plurais e iniciativas consensuais.
O sexo no futuro será dominado por elas passando por uma quebra de paradigma do instinto masculino, permeado por fatores culturais do nosso tempo, retroalimentado por fortes emoções a flor da pele e racionalizado para o bem-estar comum, desejo este maior que favorece a todos nós.
Quem vai querer ficar de fora desta?
#futurodosexo #somostodosresponsaveis