Ética robótica e a passividade da sociedade

A discussão sobre ética em robótica é antiga, quase tão antiga quanto o próprio termo robô. Porém passou a ganhar muito mais força por volta dos anos 2000. E há um foco específico nas discussões mais recentes que envolve a questão sobre o uso de robôs “humanoides” para práticas sexuais.

Sei que pode parecer um tanto bizarro para alguns e talvez para outros, nem tanto. Mas o X da questão é: por que será que a nossa sociedade é tão passiva nestas discussões? Quase que delegando para autoridades e diversos especialistas decidirem o que é melhor para a gente?

O que será que falta ou incentivaria talvez um engajamento mais amplo da sociedade civil nestes debates todos de forma a culminar em ações práticas, reais de serem discutidas com tais autoridades e especialistas?

Por que precisamos conversar sobre ética robótica?

Entendo que precisamos que as pessoas comecem a ter mais esclarecimentos a respeito deste assunto. E que busquem ponderar os prós e contras envolvidos não apenas para si, mas para pessoas com necessidades especiais inclusive – sejam estas necessidades físicas, emocionais ou psicológicas.

Ao mesmo tempo que tem um lado que me parece um tanto questionável nesta estória toda, como a ideia de tratar um pedófilo com robôs sexuais com feições de crianças – assim ao menos em tratamento ele não faria de humanos reais as suas vítimas –, também tem uma série de oportunidades para grupos até então por vezes excluídos ou esquecidos em nossa sociedade.

Por exemplo, pessoas que sofrem de solidão ou talvez alguma limitação física. Elas poderiam ser beneficiadas pela interação com estes robôs em tratamentos acompanhados por profissionais de acordo com a demanda de cada caso. Assim, poderiam voltar a ter uma vida sexual mais ativa e isto desencadeasse uma porção de outros sentimentos e sensações que só teriam a contribuir em seus quadros clínicos.

Felizmente, já há muitos com foco no assunto

Parte do que pretendemos dar luz aqui no Futuro do Sexo são estas vertentes todas envolvidas. Assim, podemos começar a refletir com mais cuidado sobre todas estas questões. Por consequência, esperamos chegar a algumas conclusões para ajudarmos a construir estes novos caminhos que inevitavelmente nos afetarão. Se não diretamente, por certo que no mínimo indiretamente.

Há uma entidade britânica conhecida por Fundação de Robótica Responsável (tradução livre) que almeja contribuir com estas discussões. Entendendo que está mais do que na hora de todos se envolverem nestes debates e que contribuam para uma evolução mais rápida destas questões. A tecnologia robótica e seus usos potenciais vem evoluindo muito mais rapidamente do que tais debates e conclusões. E isso gera um atraso evitável na evolução da humanidade.

Alguns estudiosos do tema alertam que sexo com robôs irão aumentar ainda mais o isolamento social. Uma vez que um ser humano poderá pagar para personalizar um robô não apenas do ponto de vista físico, mas inclusive moldando a sua personalidade por meio de intervenções em sua inteligência – ainda que artificial, porque alguém continuaria tendo que aprender eternamente a lidar com outro ser humano, complexo por natureza, se tal companheirx x satisfaz quase que completamente, tanto nas interações físicas quanto nas emocionais?

Mas qual a reflexão que deixo para que a gente faça aqui? Faz sentido querermos acreditar que este tipo de evolução em nossa sociedade seria a evolução responsável por tal impacto social?

Desde a popularização da internet no início dos anos 2000 este impacto começou a se tornar cada dia mais iminente. E continua se tornando, todos sabem, discutem a respeito… Mas quem você conhece por aí que afirmaria com toda a certeza que a internet foi sem dúvida um retrocesso para a humanidade?

Pois é. Dispostx a ampliar sua visão e percepção destas coisas todas? #boracontribuirfs com esta rica discussão então! Acompanhe meus próximos posts e fique por dentro de tudo!

Ética robótica e a passividade da sociedade

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