Nossa vida não é mais nossa: o estresse do trânsito, muitas horas no trabalho, alimentação inadequada, sono superficial, falta de tempo e sexo virtual são fatores presentes em nossa rotina que estão contribuindo cada vez mais para nossa desconexão com a vida. E, consequentemente, longe da nossa essência.
Estamos valorizando o material e esquecendo o espiritual. Enaltecendo a mente e esquecendo o corpo. Com isso, abrindo espaço para adoecê-lo. Nosso corpo está adoecendo no aspecto físico e emocional.
E o que a pornografia tem a ver com tudo isso? A pornografia limita nosso auto-toque, nossos movimentos corporais, nossa exploração de zonas erógenas porque age apenas em nossa mente.
A pornografia nos tira da realidade podendo colocar as pessoas em uma armadilha, incapazes de realizarem-se sexualmente umas às outras. Estamos cada vez mais congelados. Longe do afeto e do contato físico. Longe dos odores e texturas da pele. Longe dos vínculos. Longe de nós mesmos.
A terapeuta de relacionamento, Sarah Calvet, diz estar muito preocupada com esse caminho. Uma vez que a autoestima dos homens pode sofrer um grande impacto. Se nessas experiências virtuais o homem se vê com um pênis grande e viril e quando volta à realidade percebe-se totalmente outro homem. Essas expectativas irreais vêm trazendo ao homem jovem ou inexperiente uma grande ansiedade, ou seja, causando disfunção erétil.
Excesso de pornografia pode causar disfunção sexual?
De acordo com as pesquisas da Associação Americana de Urologia, em Boston, os homens viciados em pornografia são mais propensos a sofrer de disfunção erétil e são menos propensos a ficar satisfeitos com a relação sexual.O mesmo não acontece com as mulheres, já que associamos o sexo com afetividade.
Os vícios comportamentais têm algo em comum, afirma o neurocientista norte-americano Gary Wilson. O desejo sexual é despertado através de uma substância chamada dopamina, que regula emoções, desejos, impulsos. É a parte mais primitiva do cérebro humano responsável por experimentar prazer ou desenvolver os vícios. Nesse caso, no vício pela pornografia a recompensa é sexo.
Ou seja: existe uma descarga de dopamina no momento do uso da pornografia, que com o passar do tempo já não tem o mesmo impacto. Assim, a pessoa precisa de mais porque assim como qualquer vício: à medida que não é mais novidade, a excitação cai, o hormônio do prazer diminui. Por esse motivo, o homem precisa acessar mais e mais pornografia com conteúdos cada vez mais inusitados como sexo grupal, sadomasoquismo…
Esse processo acaba levando ao vício de maneira muito rápida, que todos os viciados em excesso de pornografia uma hora experimentem: uma resposta indiferente ao prazer.
O vício em pornografia é como outro qualquer: a satisfação baseada em estímulos, que conduz busca por estímulos cada vez mais fortes. “O comportamento sexual ativa o mesmo sistema de “sistema de recompensa” no cérebro como drogas aditivas, como cocaína e metanfetaminas, o que pode resultar em atividade de auto-reforço ou comportamentos recorrentes”.
Dr. Matthew Christman, uurologista da equipe do Centro Médico Naval em San Diego
Muitos jovens já começam a sofrer de disfunção erétil pelo uso em excesso de pornografia. Hoje, com fácil acesso por meio dos computadores e smarthphones, consequentemente, tem aumentado o consumo de Viagra. “Parece haver algum condicionamento que pode ocorrer com a exposição e excesso de pornografia na internet”, de acordo com o médico urologista, Christman.
Alerta para os pais
Isso é um grande alerta para que os pais possam estar mais presentes na vida de seus filhos. É necessário conversar de maneira clara e franca. Mas será que esses pais estão preparados para esse tipo de educação sexual, se suas próprias sexualidades são tão fragilizadas?
Conhecer nosso corpo, nossas sensações, sentimentos e emoções são a melhor maneira de vivenciarmos uma sexualidade saudável e feliz, livre de disfunções sexuais, anamnesia corporal, falta de amor próprio e baixo autoestima.
Este artigo é para você pensar como em um futuro muito próximo estará as relações afetivas mediante o excesso de pornografia instalado na vida sexual das pessoas? Isso já é uma realidade, mas você pode fazer diferença em seu núcleo familiar, em sua vida, em suas relações. Você é o agente de mudanças e essa mudança começa por você!
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