Há muito tempo atrás a responsabilidade pela criação dos filhos em casa era quase que exclusivamente das mães. As mulheres não trabalhavam e normalmente se casavam já com o objetivo de procriarem e cuidarem da casa, do marido e dos filhos.
Mas estamos em 2017 e muita coisa mudou. As mulheres ocupam hoje aproximadamente 44% de vagas formais no mercado. Realizam qualquer cargo profissional, muitos inclusive por muitos anos voltados para homens apenas (apesar de ainda continuarmos ganhando menos). Dessa forma (e não só por isso), é natural que a responsabilidade pela criação dos filhos, deixa de ser, uma obrigação exclusivamente das mães. Assim como as mulheres trabalham fora, dividem as despesas da casa e estão incumbidas de diversas “funções” que antes eram exclusivamente de homens, nada mais justo que os filhos também sejam de responsabilidade dos dois: pais e mães.
O homem de hoje divide as responsabilidades com as mulheres
Eu, como tantas mulheres que trabalham fora, divido com o meu marido diversas responsabilidades: ajudar nos deveres de casa, nas tarefas escolares, comparecer às reuniões e eventos nas escolas, levar ao médico e outros.
Meu marido trabalhava em uma empresa e certa vez, comunicou ao chefe imediato, que iria se ausentar pela manhã, pois tinha que levar nosso filho ao médico. Ao chegar em casa, ele me contou um pouco da conversa que tiveram e não me espantou saber que seu gestor foi contra.
Perguntou porque a mãe não levaria, uma vez que essa é “responsabilidade de mulheres”.
E a conversa continuou mais um pouco. Sempre nesse contexto de uma pessoa achar um absurdo um pai se responsabilizar pelo filho. O chefe do meu marido ficou em choque e ele não é o único. Alguns colegas, ao saber do que havia acontecido, concordaram com esse chefe e acharam que meu marido deveria conversar comigo.
Meu marido nunca se negou a dividir comigo as responsabilidades e além disso é um pai amoroso, que se preocupa com o filho. Não deu atenção e foi ao médico. Solicitou um atestado de comparecimento e no dia seguinte apresentou a sua empresa. Isso se repetiu algumas vezes. Não apenas ao médico, mas em outros compromissos do nosso filho, íamos revezando. O chefe dele sempre repetia o discurso. Nunca aprovou. Nunca entendeu. Não tinhas filhos, mas independente desse fato: as empresas estão preparadas para esse novo momento? As empresas e os profissionais entendem que o homem do hoje é tão responsável pelos seus filhos quanto as mulheres? Há apoio das empresas nesse sentido?
Reflexão sobre o homem de hoje e do futuro
Fico pensando nesse momento, no outro lado da história. Como os papais e mamães lidam com esse assunto em casa? Será que também conversam e explicam para seus filhos que é necessário dividir as tarefas? Sim, porque se existe a reprodução do discurso de que essas “tarefas” são de responsabilidade apenas das mães, aí realmente fica complicado mudar. As crianças de hoje, continuarão certamente, reproduzindo esse mesmo discurso amanhã.
Quantas mães se sobrecarregam porque os maridos ou pais dos seus filhos não dividem a participação nos compromissos dos seus filhos, muitas vezes, com receio da postura da empresa? Será que o homem de hoje tem “culhão” para enfrentar esse tipo de situação? E quanto os próprios filhos perdem diante dessas situações?
É urgente a necessidade da mudança do discurso sobre o homem de hoje tanto nas empresas quanto em casa. As empresas podem e devem trabalhar com os seus participantes treinamentos para essa nova conjuntura de trabalho; os novos modelos familiares, para as questões de responsabilização pelos filhos (sejam naturais ou adotados), contribuindo para que o ambiente corporativo também seja um local de respeito mútuo, independente do sexo dos seus participantes.
Até mesmo porque essas situações já são previstas em lei. E em casa, que haja mudança de discurso sobre o homem de hoje também para que então possa ser possível pensarmos em um outro homem amanhã.
E por fim, que mulher que não morre de tesão por um homem assim, cheio de atitudes condizentes com a nossa realidade atual? Vendo-os prepararem nossos filhos por meio de exemplos concretos para relações afetivas e humanas muito mais saudáveis? Isso sim é um homão do jeito que a gente gosta!
E você o que achou o que achou do artigo de hoje sobre o homem de hoje e do futuro? Já passou por alguma situação parecida? Conte para a gente nos comentários, pois teremos o maior prazer em responder!