O machismo nos pequenos detalhes

Sabemos que o machismo está enraizado em nossa sociedade não é mesmo? Nós, mulheres talvez saibamos até mais, afinal, basta ir na padaria para já ouvir um comentário desagradável…

São muitas manifestações de machismo ao nosso redor! Pessoas que brincam, fazem piadinhas que inferiorizam as mulheres, diariamente!

Na faculdade, no trabalho, dentro do ônibus ou do Uber; não temos como escapar…

Ouvimos de tudo um pouco: da descrença no movimento feminista ou hábito de dirigir mal ou, simplesmente, sobre a nossa roupa ou peso em determinadas ocasiões.

Visão otimista do machismo para a mudança!

Eterna otimista que sou, penso que sim, essa situação pode melhorar! Temos que “trabalhar” para essa realidade mudar. Podemos agir nesses espaços, comentando nossa opinião, não deixando que falem de mulheres, mesmo que não seja diretamente sobre nós que estejam falando (essa inclusive é a tal da “sororidade”).

Em nosso campo de atuação, podemos levar esclarecimento e informação e podemos também estar atentos aos nossos filhos. Esse último ponto, é inclusive o tema central desse artigo.

Estamos educando nossos filhos para uma sociedade menos machista? É complexo isso? O que podemos fazer para contribuir?

Eu acredito que precisamos estar atentos aos espaços que nossos filhos frequentam, às atividades que realizam, aos comentários que fazem, desde cedo. Nossos filhos estão cada vez mais precoces e aprendem muito rápido tudo. Então, atenção redobrada!

É imprescindível um discurso alinhado com os filhos

Dia desses, eu estava trabalhando em casa, concentrada em um texto pelo notebook. Meu filho jogava futebol pelo vídeo game, aquele jogo famoso da FIFA que simula partidas de futebol. Para quem já jogou ou pelo menos assistiu sabe que a simulação é muito real. Os gols, as faltas, os jogadores…Tudo é muito real!

No caso dessa partida que meu filho jogava, os comentários eram feitos com as vozes de Caio Ribeiro e Tiago Leifert, comentaristas de futebol bastante conhecidos. O momento que me chamou a atenção foi quando ouvi os comentaristas elogiando uma defesa do zagueiro do Barcelona, Gerard Piqué:

– …”mas o mais importante é que ele já pegou a Shakira, né?”

– “Sim, isso é o principal…” (risos)

No primeiro momento, achei que não havia entendido direito. Perguntei ao meu filho sobre o que eles acabaram de falar e ele repetiu as frases, enquanto continuava a jogar…

O que mais me assustou nesse episódio, aparentemente simples, foi que esses comentários não são “ao vivo”. Ou seja, os comentaristas não falaram isso sem perceber, no calor da narração (o que de qualquer forma seria errado), mas são falas premeditadas, programadas para certos acontecimentos das partidas.  O jogo é um dos mais vendidos no Brasil e seu público predominantemente formado por crianças e adolescentes e lá estão presentes também comentários machistas, infelizmente.

Procurando desnaturalizar esse tipo de comentário, pedi que meu filho “pausasse” o jogo e conversamos na mesma hora.

Com uma linguagem simples e acessível e trazendo a realidade para a idade dele, tentei fazê-lo compreender o que está por trás de comentários como esses. Depois também comentei com o pai dele. É importante que todos os envolvidos com a criação dessa criança estejam com o discurso bem alinhado, não é mesmo?

E assim caminhamos. Nas observações diárias. No acompanhamento. Nas conversas simples. Nos exemplos do cotidiano. Nos detalhes de um jogo de vídeo game. Vamos tentando fazer assim, uma sociedade com menos machismo.

#futurodosexo #boracontribuirfs

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Imagem: VisualHunt6

O machismo nos pequenos detalhes

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Sobre o Autor
- ...preferindo ser também uma metamorfose ambulante...

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