O futuro dos relacionamentos está a cada dia mais presente mesmo… Hoje, acordamos e nos deparamos com algo inédito: um trisal – família de 3 adultos que se relacionam entre si – com uma filha na capa da Folha de SP na área mais nobre. Isso sem dúvida nenhuma é um grande sinal de mudança dos tempos. Não simplesmente pela situação da família em si, que é algo que já acontece no mundo há anos – mas por estar na capa de um reconhecido jornal de SP e um dos mais respeitados e influentes do Brasil.
Capa original abaixo:
Futuro do casamento x nova era
Alguns sem dúvida dirão que é apologia. Que é o fim do mundo. Que querem acabar com a instituição familiar – tradicional do ponto de vista ocidental, diga-se de passagem. Mas na verdade é apenas mais um grande sinal dos novos tempos, de uma nova era, de que realmente entramos em um novo milênio – finalmente.
Pena que o poder judiciário ainda não. Este sem dúvida está no milênio anterior. Que culturalmente e do ponto de vista social muitas pessoas ainda estejam, é perfeitamente entendível – até porque leva-se algumas décadas para que uma mudança contextual como essa seja encarada com naturalidade. Não é a toa que isso geralmente demanda uma nova geração toda assumindo a frente de tantos meios de comunicação e iniciativas que promovam o que antes era visto como “esquisito” por alguns, como algo mais do que aceitável para muitos. Até porque isso acima de tudo significa respeito. Pelo direito de ir e vir de cada indivíduo. Pelo livre arbítrio. Pelo simples direito de nossas escolhas pessoais. Pelo simples direito de nos sentirmos amados e podermos exercer o que temos de melhor como seres humanos, que as máquinas jamais nos substituirão: o direito ao amor, seja ele como for.
Sou hetero, monogâmica, casada e com um filho pequeno. E sou feliz assim. Somos, na verdade. Mas isso está longe de significar que acho que isso deva ser o padrão. E escrevo sobre isso inclusive. Não tenho a menor dúvida que estas “escolhas” facilitam muito a minha vida. E não foi por isso que as escolhi. Mas cresci ao lado de amigos LGBTs e acompanhei seus sofrimentos especialmente com suas famílias sobre a não aceitação de suas escolhas. E sempre os acolhi como meus irmãos, oferecendo o colo que precisavam, quando me procuravam. Dando amor, nem que isso fosse apenas um par de ouvidos, de ombros.
Os padrões e os moldes da sociedade
Para que serve um padrão? Já parou para pensar sobre isso? Para nos moldar? E se somos trilhões de seres humanos que já passaram por esta terra ao longo da história da humanidade e jamais um único ser foi igual ao outro, porque essa neura de nossa sociedade em ainda buscar se adequar a certos padrões? E o que mais me surpreende: criar as novas gerações para se enquadrarem em padrões?
A importância da aceitação das diferenças
Antes de responderem sobre isso, sugiro que reflitam. Muito. Que estudem, que pesquisem. E que questionem o status quo. Não almejo aqui de forma alguma incentivar a “destruição” de qualquer conceito tido como “certo” por uma ou outra pessoa, família. Até porque o que é visto como certo por uns, sempre será errado para outros. E assim caminha a humanidade. Mas precisamos mesmo duelar? Qual é o problema em simplesmente aceitarmos o que é diferente para nós com respeito, com empatia? Meu pai nos ensinou algo muito cedo que jamais perdi de vista: compreender e concordar são coisas distintas. É perfeitamente possível compreendermos algo e mesmo assim, não concordarmos. Há beleza e magia na discussão, na troca de visões distintas de mundo.
O que tenho dito com frequência por aí é que o futuro (cada vez mais presente) é mesmo plural. Nossa amiga e colunista Mayumi Sato também explora e estuda esta questão conosco. Tudo o que é binário será cada vez mais remetido com o século passado. E você, quer se fazer presente em qual tempo?
O futuro está definitivamente cada vez mais presente. Só não vê quem não quer. E aí concluo com uma máxima do Henry Ford: “Se você pensa que pode ou se pensa que não pode, de qualquer forma você está certo”.
#futurodosexo #somostodosresponsáveis
Por um futuro do sexo e dos relacionamentos mais genuíno, mais verdadeiro, com mais amor e menos dor… somos todos responsáveis.