A palavra Sexo incomoda? Sim, não? Por quê? Ep. 2

Em nosso primeiro episódio desta série: “A palavra sexo incomoda? Os especialistas do Futuro do Sexo respondem“, tratamos um pouco de nossa relação com o tema desde os primórdios de nossa infância e em que momento nossa natural pureza foi sendo sequestrada – processo ao qual no final, parece que para a grande maioria das pessoas parece haver uma espécie de trauma, bloqueio, quando ouvem esta palavra – consequentemente não lidando com ela com toda a naturalidade passível de ser tratada.

Agora, mais dois especialistas de nossa rede respondem:

Futuro do Sexo: A palavra sexo incomoda? 

Tiago Mota: A palavra sexo não incomoda.  Nós falamos demais sobre sexo. Em posts da internet sobre como ele faz bem para pele ou para o coração. O sexo está na Globo, ou na propaganda do remédio. Está em todo lugar. Esse elogio excessivo mascara, porém, o que nos incomoda na sexualidade: o prazer sem justificativa ou propósito, seus excessos e suas angústias, e a sua inerente capacidade disruptiva. Sexo é do bem. Uma trepada, não.

Direto e reto, muito obrigadx pela contribuição Tiago!

– E para você Lídia Zuin, a palavra sexo incomoda ou não?

Lídia Zuin: Do ponto de vista laico sim, porque ela implica uma maior intimidade e exposição, mas esse próprio sentimento de “cuidado” é bastante influenciado pelas questões simbólicas que envolvem o sexo e que estão muito enraizadas na nossa cultura, por mais afastados que estejamos de uma doutrina religiosa, por exemplo.

Os países ocidentais ainda resguardam muito do pensamento de tradição cristã, no qual o sexo é visto como o pecado original e essa narrativa permeia todos os âmbitos, mesmo porque a influência religiosa ainda seja muito forte na nossa sociedade.

Por outro lado, também a mitologia grega já trazia uma certa moralidade, por exemplo, quando pensamos nas ninfas que são castigadas por se envolverem ou negarem envolvimento com outras deidades e etc.

Fora isso, sexo pode vir acompanhado de um desdobramento do sentimento amoroso, carregando outras conotações do que o sentido biológico e/ou reprodutivo, além das questões políticas e mesmo uma questão de saúde que fez com que a liberação sexual ganhasse um novo desdobramento no século passado com a AIDS.

Mesmo assim, é algo que é intrínseco à própria vida, porém humanos que somos e dotados de uma subjetividade, produtores de cultura, acabamos aplicando significados que não necessariamente são lógicos ou existentes senão num âmbito subjetivo, mas que fazem parte das nossas crenças, moralidade, ética, ponto de vista cultural, e isso influencia todo o comportamento.

Como naturalizar a palavra sexo por meio de ações e não apenas importantes debates?

Futuro do Sexo: O que podemos, como sociedade, fazer para que esta palavra possa ser mais naturalizada ou ao menos que não gere uma espécie de sentimento “proibido” quando ouvida ou lida por muitos de nós?

Lídia Zuin: Ter respeito e tolerância diante de ideias e atitudes com as quais não concordamos a partir do nosso ponto de vista religioso, ideológico ou moral, mas que em nada estão prejudicando a saúde, a integridade física e moral de outrem. Conscientizar, informar de forma aberta e sincera, encontrar um meio-termo que seja científico, mas que não torne o tema algo asséptico e sim o aborde com naturalidade.

Obrigadx pela contribuição Lídia! 

Você imagina um futuro melhor para a sociedade no que tange a sexo, sexualidade, futuro das relações e entorno? Nós, do Futuro do Sexo acreditamos que sim, é possível. Desde que a gente se una e co-crie os novos caminhos em busca de uma melhor auto-consciência individual em primeiro lugar.

Pois só assim, quando cada alma se sentir verdadeiramente livre e responsável por seus atos, aí então será muito simples darmos as mãos e unidos continuarmos construindo um mundo melhor.

E você, o que acha disso tudo? Você acha que a palavra sexo incomoda? Conte aqui para a galera! Toda opinião é bem-vinda!

#boracontribuirfs #futurodosexo #sexoincomoda

A palavra Sexo incomoda? Sim, não? Por quê? Ep. 2

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