Creme dental ou Gel Lubrificante? Simples questão de relacionamento

Em tempos de discussões sobre o que é arte ou não, eu não deixaria de trazer uma arte musical como início deste texto, mantendo assim meu estilo de escrita.

Do álbum UMA PALAVRA lançado em 1995 a música intitulada EU TE AMO de Chico Buarque de Holanda traz em sua letra: “Se nós, nas travessuras das noites eternas; Já confundimos tanto as nossas pernas (…) Se na desordem do armário embutido; Meu paletó enlaça o teu vestido; E o meu sapato ainda pisa no teu (…) Se nos amamos feito dois pagãos; Teus seios ainda estão nas minhas mãos (…)”.

Hoje, o convite inicial é considerarmos que em 1995 os ouvintes dessa melodia eram adultos (permeando aqui o termo adulto “na linguagem vulgar, como um ser humano que é considerado como tendo atingido uma idade que lhe permite contrair casamento e, em geral, realizar outras ações que são restritas a esses indivíduos. Em biologia, a denominação adulto, também significa que um determinado animal passou pelas transformações de sua espécie e já está apto para o acasalamento”).

O segundo convite segue para relembrar de que em 1995 a Internet entrou de vez na vida dos brasileiros, o monopólio da Petrobrás foi quebrado, o vírus Ebola devastou parte da população do Zaire matando mais de 100 pessoas, o primeiro ministro de Israel foi morto por um extremista islâmico, em Kobe um terremoto de 7,3 matou mais de 6 mil pessoas, um Bispo brasileiro chutou a imagem da uma santa, Michael Schumacher conquistou o bicampeonato mundial de Fórmula 1, Mike Tyson voltou aos ringues e o Botafogo foi o campeão brasileiro…

Contexto do futuro do sexo e relacionamento

Tá, e daí? Esse pode ser o questionamento de quem está lendo isso em outubro de 2017 e, principalmente num contexto de Futuro do Sexo e relacionamento.

Primeira opção de resposta é que, independente do que aconteça no mundo, seja em que época da história for a vida segue em seu dinamismo e os adultos seguem aptos se acasalando e contraindo casamentos…

Também, pelo tom das frases da música já citada podemos dizer que os adultos estavam em pleno movimento de acasalamento (junção de macho e fêmea – prática sexual).

OK! Porém, menciono agora outros trechos da música: “Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios, Rompi com o mundo, queimei meus navios, Me diz pra onde é que ainda posso ir (…) Diz com que pernas eu devo seguir (…) Me explica com que cara eu vou sair (…) Agora conta como hei de partir (…)”.

E agora? O que podemos dizer sobre essas frases da mesma música? Esses mesmos adultos continuavam somente no movimento de acasalamento? Na prática sexual tão comum e corriqueira? Ou podemos aqui arriscar apontar a necessidade de algo que vive concomitante ao caráter biológico/sexual dos seres adultos… A necessidade de Relacionamento!

Falar sobre sexo é também falar sobre relacionamento, afeto, necessidade de pertencer, de estar em conTATO (tocar, sentir calor, vincular,dar, receber), de se sentir amado e amar, transcender o EU e passar para o NÓS.

Como traz Joan Garriga em seu livro O amor que nos faz bem: “Como adultos, mesmo sabendo pertencer a nossa família de origem, passamos a ter a necessidade de ter essa sensação de pertencimento com outras pessoas, especialmente com um(a) parceiro(a) (…) posto que inicia seu sentido por meio da sexualidade, de um relacionamento que  atende as nossas necessidades de prazer, intimidade e confiança física (…) O que fundamenta o relacionamento é a sexualidade, que, além de propiciar intimidade e prazer, é o vínculo de entrada na vida. Diante da força da sexualidade, experimentamos o assombro e a grandeza da criação (…)

Uma força avassaladora; atrevo-me a lançar a ideia lúdica de que os filhos permaneceriam com seus pais se não se sentissem empurrados pela sexualidade para uma vida adulta; A sexualidade é idêntica tanto em casais homossexuais como em heterossexuais, e é movida pelo mesmo propósito (…) O relacionamento NÃO É uma relação DE ajuda, mas uma relação QUE ajuda.”.

Nesta última frase me recordei um dia em que me senti bastante provocada sobre princípios tântricos onde trazia que o anseio do feminino é ser preenchido e, o anseio do masculino é esvaziar.

Ilumina-se então o terceiro convite! Que tal encerrar este texto com um questionamento…

Em tempos de enxurrada de terminologias sobre quem somos e como nos relacionamos e, considerando que arquetipicamente possuímos os dois princípios (masculino e feminino – independente em que corpos físicos estejam), a questão é: Do que necessitamos ser preenchidos em nossos femininos e do que necessitamos esvaziar em nossos masculinos a fim de que possamos construir relações QUE ajudam?

Afinal, creme dental ou gel lubrificante, ambos têm seus lugares em nossas rotinas adultas…

#boracontribuirfs #futurodosexo

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Creme dental ou Gel Lubrificante? Simples questão de relacionamento

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- EU SOU um SER em constante mutação, transitando entre loucura e sanidade (não necessariamente nessa ordem, rs).