A história do sexo na vida humana é cheia de reviravoltas, altos e baixos. A extensão e as modalidades de reprodução sexual sempre estiveram no centro das preocupações políticas e na gestão do espaço público.
A procriação instintiva e inconsciente manteve as populações equilibradas em seus números até meados do século XVIII, quando então, com a revolução industrial, tudo mudou.
Nesta história sexual podemos analisar 3 aspectos-momentos relevantes-esclarecedores que sustentam a forma como vemos o sexo hoje:
Momento Histórico Procriativo
- Idade antiga, 4 mil AC: fase de entendimento da concepção;
- Idade média sec. V a XV: fase das regras cristãs, caça às bruxas, monogamia instituída, familiarismo (estrutura familiar tradicional – a qual nos dias de hoje estamos pondo em cheque)
- Revolução industrial, séc. XVIII: sonho americano no ocidente + demanda por mão de obra = explosão demográfica (mais filhos).
Histórico Contraceptivo
- Plantas naturais no Mediterrâneo, no século II A.e.C., Políbio escreveu que as famílias gregas estavam limitando-se a ter apenas um ou dois filhos.
- Os antigos egípcios utilizavam tampões vaginais ou tampas feitas de excremento de crocodilo, linho e folhas comprimidas.
- Preservativos de linho foram descritos em 1564 pelo anatomista italiano Falópio.
- Borracha vulcanizada em 1844 impulsiona a fabricação de preservativos mais aceitáveis e baratos.
- Gregory Pincus em 1960 realizou estudos com as primeiras pílulas anticoncepcionais.
Momento Histórico Revolucionário
- A revolução sexual dos anos 60. A pílula significou uma reviravolta no conceito de sexualidade, pois o casal podia passar a manter relações sexuais apenas por prazer.
- Controle e maior liberdade às mulheres, alterando o quadro social e o processo natural de reprodução, desvinculando o ato sexual da função de procriação.
- Avanços nos direitos reprodutivos e sexuais, ampliando as possibilidades de
- um planejamento familiar, permitindo maior flexibilização dos valores morais e o ingresso facilitado da mulher no mercado de trabalho.
Atualmente, mais de 200 milhões de mulheres utilizam a pílula no mundo, segundo dados pelo Instituto Guttmacher. Só no Brasil são mais de 15 milhões de mulheres, segundo dados da Pesquisa por Amostragem de Domicílios (Pnad).
Segundo o IBGE, a taxa de natalidade, na década de 60, era de seis filhos por mulher e, hoje, com o uso da pílula e outros métodos contraceptivos, caiu para um.
Seria esta uma tendência sem volta para o sexo?
Fica evidente que, diante de tais constatações, em nossa cultura ocidental vem surgindo uma nova demanda nunca antes explorada pela espécie humana: a do Sexo Pró Criatividade substituir o Sexo Procriativo.
Somos bombardeados diariamente por notícias que associam o sexo aos processos intelectivos e novas pesquisas a cada ano apontam as vantagens do sexo como revigorante natural do cérebro:
- Sexo aumenta a inteligência e a memória;
- Sexo estimula neurônios e aumenta inteligência;
- Fazer sexo ajuda a impulsionar a inteligência analítica;
- Mais sexo melhora a vida profissional e acadêmica.
Os pensamentos eróticos ajudam, inclusive, na capacidade de resolução de problemas e no aumento da criatividade. Imaginar sexo, ativa no cérebro nosso centro de recompensa.
É o que se chama de atividade focada, que favorece a atenção aos detalhes e traz benefícios nas horas em que é preciso encontrar soluções práticas para vencer dificuldades.
Fantasias sexuais não aumentam apenas o fluxo de hormônios pelo corpo, elas também aumentam a capacidade de pensar.
A penetração durante o ato sexual aumenta os níveis de oxitocina, que estimula o cérebro a pensar em novas ideias e soluções para problemas, enquanto que o pós-coito aumenta a quantidade de serotonina, estimulando a criatividade e o pensamento lógico.
Diante de tudo isso, nos cabe algumas indagações: Será que caminhamos para uma sociedade sexualmente ativa mais criativa? A gestação de bebês dará lugar a gestação de ideias? A procriação se tornará algo secundário abrindo espaço para novas descobertas sexuais?
O futuro do sexo trará consequências, ao meu ver, muito mais aprazíveis e comemoráveis. Seremos de qualquer maneira mais sexualmente felizes e menos reprimidos.
Teremos no sexo um elixir natural para juventude, criatividade e bem estar humano como nunca na história. E você, está pronto para vivenciar uma sexualidade criativa?
#futurodosexo #somostodosresponsaveis