Suicídio entre adolescentes: o que está em nossas mãos?

Há alguns anos, notícias a respeito do crescente índice de suicídios entre adolescentes tornam-se cada vez mais presentes em importantes veículos de comunicação. Após os episódios mais recentes em escolas particulares e de elite em São Paulo, mais uma vez encontramos enxurradas de notícias e artigos a respeito.

O que podemos fazer, de fato, para mobilizar a sociedade além do debate?

Por conta de um projeto que temos no ar, no qual dialogamos com pais, mães, educadores e outros interessados sobre “Criança e Sexualidade: Consequências de uma Abordagem Tardia”, exploramos bastante a importância de, desde cedo, estabelecermos relações com nossos filhos pautadas no diálogo com confiança e amor.

Diante do atual cenário estatístico a respeito do suicídio, tais adolescentes que deveriam estar se preparando para uma das melhores experiências humanas, o amor, o afeto e a intimidade, estão tirando suas próprias vidas.

Será que esses jovens perderam a esperança na humanidade e em nossa capacidade de amar?

Como fazer do amor a grande força vencedora do impulso de autodestruição e de qualquer violência contra o outro ou contra si mesmo? O momento em que vivemos pede de nós, adultos, essa reflexão.

O homem percorre a agitada gama de sua vida lidando com as forças de destruição: doenças, acidentes, bactérias, destruição da natureza, desastres naturais e violência…Seria de esperar que diante desses esmagadores golpes do destino, o homem se opusesse firmemente à morte e à destruição em uma fraternidade amorosa.

Mas não é o que acontece.

Torna-se cada vez mais evidente que parte da destruição que flagela a humanidade é autodestruição; e o suícidio poder ser olhado sobre essa ótica, pois é um ataque do ser humano contra sua própria existência.

Amor e ódio, sexualidade e agressividade, vida e morte. Tais polaridades são forças que habitam o ser humano e estão presentes no cotidiano, tanto nos conflitos mais banais quanto nos mais mórbidos ou sublimes da humanidade.

É necessária coragem para olharmos esses aspectos inerentes à natureza humana, e também para dialogarmos  com nossas crianças, uma vez que essas polaridades são os cernes de muitos de nossos conflitos psíquicos.

Mais o que tem a ver o sexo com os casos de suicídio?

Tudo!

Enxergando o sexo e a sexualidade como manifestações de uma força criadora, como seria se pudéssemos viver mais livremente e mais afetuosamente essa energia criativa?

Será que dessa forma iremos potencializar no mundo nossa capacidade criadora, e abafamos nossa capacidade de destruir, inclusive a própria vida? Convidamos todos a essa reflexão…

Temos dentro de nós os instintos de vida e de morte. Tendências construtivas e destrutivas da personalidade estão em constante conflito e interação, exatamente como acontece com forças semelhantes na física, química e biologia.

Essas forças internas que possibilitam nos desenvolvermos como seres humanos, e que, quando não utilizadas para esse fim, são depositadas para fora de forma destrutiva, e em alguns casos, em lugar de combater seus inimigos, tais pessoas combatem (destroem) a si próprias.

A frase descrita no livro “ O demônio do Meio Dia” de  Andrew Salomon “Não queria morrer porque me odiava, mas porque me amava o suficiente para querer o fim da dor”…nos mostra um pouco sentimentos presentes nessas pessoas.

É preciso definitivamente amar mais, amar melhor, e sendo o sexo a primeira morada do amor, devemos olhar para esse aspecto primordial de qualquer vida humana.

Como adultos conscientes é importante investigar motivos subjacentes que determinam esta escolha: por que em alguns indivíduos o desejo de morrer vence tão completamente o desejo de viver? Sendo o Eros, a Força Erótica, o próprio desejo de viver, não podemos de forma alguma excluir a sexualidade humana dessa investigação.

Se quisermos que nossas crianças resgatem o desejo de viver, nós adultos precisamos resgatar o poder da nossa força de criação, e a sexualidade é essa força, resgatar o Eros, a força erótica e o amor para ampliarmos a nossa capacidade de criar um mundo infinitamente melhor, onde todos queiram estar.

E para finalizar o artigo, sem encerrar o assunto, pois não devemos falar uma última palavra sobre suicídio, levantamos uma última pergunta que deve ser respondida por você leitor.

Como são esses adolescentes e futuros adultos que criamos quando tendemos a repelir assuntos que mexem conosco, como a própria sexualidade,colocando-os debaixo do tapete?

E para que possamos começar a responder essa questão, juntos, com muito amor e afeto, fazemos então um convite para que venham co-criar um caminho melhor para toda esta jornada familiar.

Topa conhecer um pouco mais de nossos ambientes e especialistas que estão se dedicando ao tema? Topa construir com a gente? Afinal, não há show sem os protagonistas, certo?

Muitas das informações de tudo relacionado ao assunto que aqui trazemos também estão em nosso grupo no Facebook “Educação começa em casa” – grupo dos especialistas do Futuro do Sexo!

*Este artigo foi escrito a muitas mãos e com muito amor – assim como o nosso negócio é feito – por Cassiana Buosi, Claudia Menezes, Luciana Fernandes e Jade Chaib   – saiba mais sobre nossos especialistas aqui.  

Suicídio entre adolescentes: o que está em nossas mãos?

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