Você sabia que nossa formação enquanto seres biopsicofísicos e sociais é justamente por meio das relações? Desde a gestação e, principalmente, nos primeiros anos de vida, a relação com aqueles mais próximos ajudam a estruturar aquilo que seremos ou levaremos para toda a vida. O olhar, a expectativa, as emoções e a realidade dos pais (ou de quem faz este papel) são os pilares para esse início da formação psíquica.
Como o bebê vivencia, ou seja, a leitura que faz e como precocemente incorpora, memoriza e aprende uma série de situações (sempre) permeadas pelas relações, seja de prazer ou traumas, conduzirão a maior parte de sua vida e das suas futuras relações.
Esse papo é tão interessante, que a psicologia e a neuropsicologia (ciências que estudam a psique, o comportamento e a mente) empenham-se em aprofundar o saber e acompanhar as mudanças que vem acontecendo com o tempo.
A tecnologia está entre elas, que cada vez mais está presente nos dias atuais e só tende a aumentar no futuro. Seu reflexo vai para além das relações, assim, permeando todo o universo do complexo desenvolvimento humano!
A importante questão que trago, neste artigo, é que essas transformações vindas da tecnologia e da realidade virtual refletem diretamente na realidade das relações, da formação humana, da psique, nos estudos e pesquisas da mente e do cérebro, do comportamento, nos fazendo questionar como será o nosso futuro!
Como a tríade entre tecnologia, relações e psique já são impactadas?
Hoje, apps de relacionamento cruzam dados para que você tenha uma noite com alguém, papos e convivência acontecem por meio de redes sociais, crianças se desenvolvem e brincam entre elas a partir de incríveis games e jogos de robótica, humanos namoram com robôs, membros mecânicos são comandados pelo cérebro, Além disso, softwares são capazes de mapear as funções cerebrais de forma cada vez mais complexa e eficaz e o sexo pode ser experimentado pela realidade virtual.
As relações reais e virtuais parecem ser… a nossa realidade! O corpo transformado por químicas artificiais, implantes de silicone, mecânico ou até chip são tratados como grande possibilidade e seminaturais.
A ingestão ou a injeção de suplementos tornou-se um hábito. Se isso acontece com o corpo, com a mente não é diferente. O nosso sistema funciona totalmente interligado. Dessa forma, os hormônios e neurotransmissores afetam-se entre si. Assim como o seu corpo, comportamento e mente. A via contrária também é uma realidade! Então, a exposição ou não à natureza e ao sistema binário interferem seu humor e assim por diante.
Seria possível mensurar as consequências da tecnologia?
Se as relações e a ciência mudam, a tecnologia acelera esse processo. Já falamos sobre alguns impactos, mas pensando em consequências negativas, já vemos algumas, como:
- Novas compulsões;
- Dificuldades em relacionamentos com toque;
- Falta de auto percepção (sensações e emoções);
- Disfunções sexuais;
- Aumento dos transtornos mentais;
- Comportamentos desajustados;
- Aumento exponencial de diagnósticos de autismo;
- Dificuldades de aprendizagem e síndromes em crianças;
- Fissura por boa performance e escassez de afeto.
Atualização constante diante de um futuro permeado por avanços e reflexos das tecnologia
Bem, já vimos que não é possível imaginar um futuro sem esses avanços e seus reflexos. Diante dessa realidade, a psicologia Brasil afora é induzida à atualização constante, o que inclui a veia tecnológica.
Para você ter uma ideia, já existe a perspectiva de cientistas e estudiosos de que diagnósticos e encaminhamentos psiquiátricos sejam feitos por novos exames de sangue e neuroimagem, o que antes dependia da observação, escuta, estudos e avaliações de profissionais humanos. Logo, serão funções computadorizadas?! Além do sistema de diagnóstico radicalmente revisto, novos distúrbios são apresentados, como o recente vício por eletrônicos. Dessa forma, aumentará a necessidade de acompanhamento e investigação, ampliando a necessidade da atuação da psicologia na nova era.
Sonhadores vão além, insistem que a consciência será passível de ser mantida num computador, mesmo após a morte do corpo, tornando-a imortal.
Você gostaria de continuar a viver com um ente querido através do PC? Uau… Quantas possibilidades!
Seria repensar a tecnologia e a natureza como coparticipativas de toda a formação e desenvolvimento humano e, principalmente, na construção das relações. Ou seja, podendo influenciar as percepções, aprendizagem, cognição, performance, energias, corpo biológico, perspectivas de vida e de futuro, consciente, inconsciente e até os instintos (por que não?). Para onde vamos?… Que questão mais complexa!
Então, pergunto a você: o aumento da tecnologia representa uma evolução ou um retrocesso do desenvolvimento humano enquanto ser biopsicofísico e social? E, então, se a psique é formada a partir das relações humanas, o impacto de viver as relações virtuais mudará exatamente o que? O que os especialistas falam sobre?
#futurodosexo #somostodosresponsáveis
Acompanhe a continuação dessa importante reflexão sobre a tecnologia e a psicologia no futuro das relações no próximo artigo! Afinal, você é o responsável por cocriar a sua própria realidade! Vem com a gente!
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