Vídeo Pornô – manual de instruções para jovens #sqn

Quem nunca viu? Tem que goste, quem odeie, e mesmo sem querer admitir levante a mão quem nunca assistiu a um. A prova disso é que um dos maiores portais de vídeos pornôs do mundo – o pornhub.com – divulgou, em janeiro de 2017, em seu relatório anual que obteve mais de 23 bilhões de visitas internacionais no site.

Em contrapartida a esse dado, a revista “Teen Vogue” publicou um artigo em fevereiro de 2017 intitulado “Porn”, sugerindo que os adolescentes que utilizam diariamente as tecnologias buscam a pornografia pela falta de educação sexual acessível.

Em 2016, um artigo semelhante circulou no New York Times citando uma pesquisa na qual revelou que 60% dos estudantes universitários britânicos pesquisavam pornografia como se fosse um manual de instruções.

No Brasil não há pesquisas oficiais, mas podemos ter uma ideia pelos números de aplicativos e “views” dos vídeos pornôs que encontramos facilmente nos canais de Youtube e nos celulares dos nossos filhos (sem hipocrisia!).

Mas aí você vai questionar que… na nossa “época” existiam as revistas e “vídeos” que rodavam de mão em mão e então, por isso nada mudou. E eu te responderia com outra pergunta: E o que você aprendeu com isso?

Como a pornografia foi verdadeiramente útil sobre tudo o que você sabe – e sente – hoje sobre sexo? 

Ao meu ver, o adolescente ao “aprender” sobre sexo com a pornografia fere sua sensação de intimidade e cria uma imagem corporal distorcida. Além disso, a maioria dos pornôs perpetua sexo heteronormativo, excluindo vozes marginalizadas e comunidades.

Recentemente uma matéria na VEJA revelou dados alarmantes em que meninas com menos de 15 anos estão procurando Labioplastia (cirurgia íntima feminina dos lábios vaginais).

Especialistas acreditam que o aumento da procura de procedimentos íntimos por meninas tão jovens esteja relacionado ao sexting – troca de imagens de nudez pelo smartphone -, às famosas “nudes” nas mídias sociais e ao acesso à pornografia na internet, que faz com que elas tenham uma percepção irreal sobre a aparência de sua região íntima.

A pornografia “Mainstream” (visão do homem por trás das câmeras) é dita pelas feministas como algo que deve ser abominado, por não mostrar o prazer feminino em uma luz positiva. E como defende a feminista Robin Morgan: “a pornografia é a teoria; o estupro é a prática.”

Nessa linha há quem diga que não passa de uma indústria que existe somente para fazer dinheiro, que mastiga e cospe as mulheres e mostra violência, assédio e ofensas como algo aceitável e parte da sexualidade masculina.

No entanto, a feminista Cindy Gallop diz: “A questão não é pornografia. A questão é que não conversamos sobre o sexo no mundo real “. Cindy possui uma plataforma educacional chamada “MakeLoveNotPorn” que tem como propósito desmistificar o sexo, mostrando que uma discussão rica sobre “valores do sexo” para ambos os sexos, podem ser feitos com um viés saudável.

Lá podem-se encontrar vídeos “porn-cloke free” e conteúdo escrito de qualidade. Recentemente, em fevereiro de 2017, Gallop colaborou com o Chandelier Creative em um documentário curto “Join the Social Sex Revolution”. Nele, explica sua missão de celebrar “o sexo do mundo real em toda sua humanidade gloriosa, linda, boba, bagunçada e reconfortante”.

A pornografia como instrumento de… aprendizagem?

Há uma luz no fim do túnel. O próprio Pornhub lançou um portal de bem-estar sexual para “informações de saúde sexual de qualidade”. Ele traz contribuições especializadas de especialistas em saúde. Os tópicos variam de ISTs a sexo seguro, até para técnicas de sexo ou conselhos sobre como se aproximar de um acordo para uma “amizade colorida”.

A empresa anunciou que vai financiar bolsas de estudo e patrocinar uma linha de roupas que combatem a violência doméstica.

Mas mesmo com luzes aparecendo, ainda acredito que enquanto não se declarar e falar de sexo em nossa própria casa sem preconceitos, tabus e regras entre gêneros (menino pode e menina não, por exemplo), o futuro do sexo estará condenado a ignorância das mentes doentias, nivelados por pessoas que buscam a felicidade em rostos bonitos e corpos perfeitos.

Isto é, longe de ser uma realidade humana e sempre perto da frustração generalizada. Mas, não perco a fé! Acredito que pessoas como nós podemos fazer a diferença! E viva o Futuro do Sexo!

E você, como trata este assunto em casa?

#somostodosresponsaveis

Vídeo Pornô – manual de instruções para jovens #sqn

| Educação | 0 Comentários
Sobre o Autor
- Empresária, Jornalista e Consultora em Comunicação para PMEs