A Ciência Antroposófica propicia um resgate da vida, do ser humano e de sua consciência espiritual, permitindo-nos encontrar respostas à pergunta “Como nos manter saudáveis?”. Dessa forma, é possível refletir de modo muito mais abrangente e instigante do quando perguntamos “Como adoecemos?”
Este é um conceito que vem não só da Antroposofia, como também da Salutogênese, que investiga a origem da saúde. O foco é então promover a saúde e não somente prevenir doenças.
Nos meus estudos e pesquisas nesta direção descobri que um dos principais motivos pelo qual adoecemos está no uso inadequado da força da nossa sexualidade quando mal aplicada.
Mas de que forma a força sexual pode adoecer a humanidade?
Se olharmos para a natureza, é perceptível que todo ser é munido de uma força sexual. Nos animais, tal força parece regida por uma lei natural de modo que essa se expressa sempre em determinadas situações: a época de acasalamento, visando a procriação e perpetuação da espécie.
Já o ser humano, também dotado dessa mesma forca sexual, emancipou-se dessa lei, manifestando assim sua sexualidade de forma livre, sem seguir nenhuma lei biológica regente. Devido a essa liberação também não estamos protegidos pela sabedoria da vida, de ter plena consciência de qual é essa energia e para que estamos utilizando-a.
A energia sexual é uma energia criadora, cuja força é capaz de gerar uma nova vida. Nos dias de hoje, muitas vezes o uso de tal energia não resulta na geração de uma criança, contudo isso não significa que nada esteja sendo gerado.
Sob esta ótica, o que está sendo criado durante essas relações?
Tudo depende da intenção que colocamos no ato: estamos fazendo uso dessa energia em função do amor ou da dor? Quando a energia sexual é direcionada sem que tenhamos o reconhecimento do outro, ou até mesmo quando tal energia é utilizada na forma de abusos (sejam esses físicos ou psicológicos) essa está altamente passível a criar doenças e traumas.
Quando não tomamos consciência da nossa energia sexual, bem como quando não a reconhecemos em nossos parceiros, estamos passíveis a sermos regidos por essa força inconsciente e não dominável, manifestando relações que não são verdadeiramente livres. É possível que venhamos a nos deixar levar por essa força, gerando desrespeito, dor e doenças a nível individual e social.
E como estamos aplicando essa força geradora da vida, o sexo, nas relações humanas?
Atualmente, estamos vivendo na clandestinidade das relações, expressando meramente uma caricatura dessa sexualidade guiada única e exclusivamente por instintos.
Até quando esse ato não será permeado pela livre e consciente escolha?
Livre escolha essa de optar por estar com outro ser humano igualmente livre, oferecendo o meu melhor a ele, e recebendo o melhor que ele tem a me oferecer. Precisamos transcender a relação Eu-Isso, em que encaramos o outro apenas como mero objeto para nosso prazer sexual, elevando a relação para o nível Eu-Tu na qual ambos se reconhecem como pessoas livres e e com coragem para observar a aplicação da energia sexual.
Imagine como seria uma sexualidade vivida com a maior capacidade do ser humano.
Para que possamos viver relações que nos tragam felicidade, inteireza, prazer e, acima de tudo, a verdadeira saúde – individual e coletiva – temos que, em liberdade, escolher o melhor jeito de vivermos essa sexualidade.
Dessa forma, não esquecemos que somente o ser humano pode explorar essa força e examinar os elementos que lutam entre si, iluminando os com a consciência, de modo que nos tornemos íntegros e busquemos a nossa própria cura.
E você, como tem lidado com essa força geradora que é a energia sexual na sua vida? #boracontribuirfs #futurodosexo #somostodosresponsaveis