Relações fechadas ou abertas. Existirá outra opção?

Relações fechadas ou abertas são decisões que podem ser facilitadas se você está de acordo com a sua autenticidade e o seu contexto em cada momento de vida.

Se até a política já fugiu da polarização, vamos antecipar, no artigo de hoje, o debate sobre as outras possíveis configurações das relações e do sexo. Acompanhe:

 

As relações afetivas são organismos vivos

Desde a infância, percebo casais se juntando e se separando, se amando e se detestando de tal maneira que, juntos, criam uma forma exclusiva de se relacionar.

Culturalmente, fui ensinado que só existiam essas duas opções: casado ou solteiro.

A primeira opção vestia o estereótipo de pessoas sérias e comprometidas, a segunda carregava o pré-conceito da libertinagem. Na prática, o conselho era que eu deveria ficar muito atento, pois:

“só existe uma pessoa que será o amor da sua vida e se você deixar a oportunidade passar, estará fadado à vida boêmia e as relações vazias. Nunca vai ser feliz…”

Qualquer entendimento raso sobre a biologia do nosso corpo é capaz de evidenciar o quanto somos uma frequência caótica de mudanças físicas, psicológicas e intelectuais constantes.

Naturalmente, podemos presumir que, se o meu “eu de hoje” se apaixona por outro alguém, hoje, amanhã vamos ter que sentar e fazer uma checagem para descobrir se as novas versões de nós mesmos ainda são compatíveis para manter uma relação amorosa tão profunda.

De maneira incontinente fui à busca de outras opções: relações fechadas ou abertas?

Para além das relações fechadas ou abertas, entenda as suas necessidades.

Marshall Rosenberg, fundador do Center for Nonviolent Communication (Centro de Comunicação Não Violenta), mostrou que nossas ações são frutos de uma tentativa de suprir necessidades internas do próprio corpo.

Ao iniciar e manter relações, conscientes disso ou não, estamos em um anseio por suprir necessidades como abrigo, toque, apreciação, expressão sexual, amore suporte, por exemplo.

Marshall Rosenberg

Sendo assim, não seria muito audacioso pedir que uma única pessoa seja capaz de atender a essa minha enxurrada de necessidades, durante toda minha vida? Evidentemente que sim.

Dessa forma, valorizar o autoconhecimento para acompanhar as mutações internas do próprio corpo e construir espaços de vulnerabilidade para uma apuração constante das necessidades (não)supridas na relação tornam-se premissas fundamentais para decidir por relações fechadas ou abertas – ou até mesmo inventar “regras” nos relacionamentos.

Ou seja, a partir do reconhecimento das suas necessidades, os formatos das relações poderão ir até onde a sua capacidade imaginativa for capaz de materializar.

As configurações de relacionamento atuais são culturais. Reprograme-se para o futuro!

Configurações familiares  ao longo da nossa história humana

No livro Sapiens, Yuval Noah Harari mostra como as configurações familiares foram se alterando ao longo da nossa história humana, de acordo com a cultura de cada tribo local.

Nas tribos onde a coletividade era uma necessidade fundamental para sobrevivência, por exemplo, todos os pais cuidavam de todos os filhos instintivamente.

Nessa mesma linha de raciocínio, as relações amorosas deixam de ser o fim (o objetivo) e passam a ser apenas um meio (uma ferramenta) para atender e suprir nossas necessidades individuais e coletivas. Dessa maneira, ter relações fechadas ou abertas com parcerias afetivas se tornarão atitudes tão orgânicas que naturalmente esses conceitos poderão até se extinguir e abrir espaço para outras configurações singulares e demasiadamente originais.

O caminho atélá exige muito cuidado com as pessoas envolvidas e uma escuta profunda da autenticidade do seu e do outro ser humano, em cada momento da vida.

#boracontribuirfs

E para você? Como serão as novas configurações de relacionamento? Relações fechadas ou abertas? Se até a política já fugiu da polarização, vamos antecipar o debate sobre os outros possíveis formatos das relações e do sexo.

Imagem: Banco de imagem Pexels

Relações fechadas ou abertas. Existirá outra opção?

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Sobre o Autor
- Um amante de sonhos coletivos e de pessoas empolgadas com a materialização do melhor mundo que podemos compartilhar. Apaixonei-me pela possibilidade de desbravar e esmiuçar causas de problemas sociais. Acredito em uma sociedade que revela privilégios em busca do cultivo de comunidades globais cada vez mais diversificadas. Vejo o Futuro do Sexo como um ambiente de confiança e de verdade para desmitificar tabus e abrir espaço para o novo.

1 comentário

  • Phanton
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    E… “agrande verdade” e: Cada um que leve a vida que lhe deixe mais feliz! Procure um par com os mesmo objetivos e va ser feliz!
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    Não há como um “libertino” ser feliz com uma menina “de igreja” e vice-versa!
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    na militancia pela liberdade de expressao livre no site!